quinta-feira, 24 de julho de 2014

Homem-Máquina

      Homem-Máquina é o quarto romance escrito por Max Barry, um australiano de quem eu nunca tinha ouvido falar, mas que o livro já tinha me chamado atenção havia um tempinho. A história é de um cientista que sem querer perde uma das pernas em seu laboratório e, depois de passado o choque e o luto por seu membro, ele vê uma oportunidade de se aprimorar. Ele, na condição de engenheiro mega fantástico que é, resolve construir uma perna para ele mesmo. Depois, ele perde a outra perna, e dessa vez não é por acidente...


      Charles Neumann é um brilhante engenheiro que trabalha para a empresa Futuro Melhor. Após um acidente em seu laboratório, ele perde uma de suas pernas. No começo ele fica frustrado, mas logo tem uma ideia que afugenta seu mau-humor: ele construirá uma Perna Melhor para ele!
       E ele o faz. O projeto é tão bom... mas ficaria melhor se ele pudesse usar um par de pernas, não apenas uma. Então ele logo perde sua outra perna, abrindo caminho para seus experimentos com Pernas Melhores.
       Em sua fisioterapia, logo ele conhece Lola Shanks, uma especialista em próteses que é fascinada por membros e órgãos artificiais. Como era de se esperar, eles acabam se apaixonando e é mais ou menos isso que dá razão à trama. Dr. Neumann é essencialmente um engenheiro, um cético e empirista, mas o amor de Lola provará para ele que nem tudo que fazemos tem um motivo racional, principalmente quando se trata do amor.
       O livro é engraçado e depois que li os agradecimentos, descobri que ele surgiu meio por acaso. Um fã escreveu a Barry pedindo demandando que ele escrevesse qualquer coisa, e ele assim o fez: ele escreveu um livro que ele postava uma página por dia em seu blog. No fim ele juntou tudo e acabou imprimindo em um livro inteligente, engraçado, super descontraído e perfeito.
       Algumas partes eu fiquei meio boiando, pois ele utiliza bastante termos técnicos, mas dá para entender tudo sim. Adorei os produtos inventados pela empresa (na verdade, seus cientistas), como o Olho Melhor e Pele Melhor (principalmente esse último). O livro também traz uma pequena crítica à sociedade moderna, que vive em prol da tecnologia, porém ignora vários campos que poderiam sofrer um "up-grade", como é o caso das próteses. Temos vários objetos super avançados para nosso lazer, porém muito pouco investimento nesse setor de próteses que com certeza ajudaria muitas pessoas.
      Uma personagem, Cassandra Cautery, também faz uma crítica aos ditos empresários, que só estão preocupados com o lucro, limpar e esconder a bagunça, ganhar o mundo. Também há Carl, um segurança que a princípio é apenas uma montanha de músculos, mas depois ele se revela muito mais inteligente, de uma maneira diferente, mas ainda assim, inteligente. 

      Não sei muito bem como escrever o que esse livro é, mas ele é engraçado, adorei a parte do "Era como brincar com um bife". Trágica, porém muito engraçada. O fim eu fiquei meio perdida. então enfim, ele se tornou apenas um cérebro?! como Barry pode ter feito isso, e Lola, como fica?!

quarta-feira, 2 de julho de 2014

Noite na Taverna

      Noite na Taverna foi um clássico escrito por Álvares de Azevedo que eu fui obrigada a ler por causa da aula de português, mas tudo bem, pois eu até terminei gostando do livro...
    Basicamente, o livro conta uma noite na taverna, os contos relatados pelos bêbados e no fim há uma pequena surpresinha. É utilizado a linguagem um pouco coloquial da época e é separado em capítulos que contam a história de 5 homens. Todas as histórias são ditas de terror ou macabras.

      O primeiro cara é Solfieri. Ele conta que uma vez em Roma, depois de uma caminhada de bêbado, ele encontrou uma linda mulher que ele seguiu até o cemitério, onde adormeceu e nunca mais a viu. Um ano depois ele voltou a Roma e de novo, depois de uma caminhada de bêbado, ele encontrou uma Igreja aberta e dentro um corpo, um cadáver. Esse corpo era a bela jovem que ele antes tinha visto.
     Num ato um tanto repugnante, ele começou a beijar a moça, que acordou, porém voltou a desmaiar. Ele sequestra o corpo e o leva para sua casa. A moça sobrevive entre febres e delírios durante dois dias, depois morre. Solfieri paga um escultor para fazer-lhe uma estátua da moça e depois enterra o corpo sob sua própria cama. Para provar aos seus camaradas, ele mostra uma grinalda de flores mirrada, que supostamente a moça usava.
     O próximo homem é Bertram, um ser insensível e que foi levado a perdição depois de conhecer uma certa mulher: Ângela. Ângela era espanhola e os dois eram apaixonados, porém a morte do pai de Bertram o levou de volta para suas terras, e ele só regressou 2 anos depois, mas encontrou Ângela casada e com filho. Porém o amor dos dois não tinha diminuído e continuaram com um caso, que o marido enfim acabou descobrindo. Numa noite que iam se encontrar, Ângela mostra que para ficar com o amor dela, Bertram, ela tinha matado seu marido e seu filho, e assim eles fogem pela Europa.
      Viveram felizes seus dias, porém de novo, mais uma vez Ângela foge e abandona Bertram, que agora já está viciado em jogos e bebidas, e segue nesse caminho de perdição após seu abandono. Conhece um família que o acolhe e logo a filha se apaixona por ele. Eles fogem. Ele se cansa dela e a vende para um pirata, que ela mata e depois a si mesma. Ele pensa em suicidar-se, mas é resgatado por um marinheiro e fica com o grupo de velejantes, onde conhece o comandante e sua mulher. 
      Depois de uma tempestade, ele, o comandante e sua mulher acabam ficando presos num bote e acabam tendo que se matar para conseguir alimento. Ele mantinha um caso com a mulher mas de nada adiantou. No fim sobrou apenas ele. Ele foi socorrido.
     Gennaro era pintor. Vivia com seu mestre e sua família. Acabou tendo um caso com a filha dele, a quem engravidou. Como ele não ia admitir a criança, a garota fez algo para matá-la ela mesma, mas acabou por deixá-la doente e pouco antes de morrer ela delirava e terminou por contar todos os segredos para seu pai.
     O pai ficou muitíssimo descontente e se trancou no quarto de sua filha. Durante esse tempo Gennaro começou um caso com a mulher de seu mestre. Depois de um tempo o mestre apareceu e o chamou para uma caminhada noturna, que acabou num penhasco, onde ele devia escolher: se jogar e morrer ou ser morto pelo mestre. Ele se jogou do penhasco, porém não morreu, acordou devastado e voltou para a casa de seu mestre, onde encontrou ele e sua mulher mortos já, por veneno.
     O quarto homem é Claudius Hermann. Ele era rico e um dia vê uma bela mulher passar. Descobre quem era ela e começa a meio que persegui-la. Faz ela dormir e depois dorme com ela. Até que um dia ela a captura e a leva para um hotel. Revela tudo e dá uma escolha a ela: voltar e ser malvista por seu noivo, ou ficar e ser feliz com ele. Ela acaba ficando com ele, porém seu noivo a encontra e a mata.
     O último homem, Johan, está em Paris, jogando contra um homem chamado Artur. Eles se desentendem e saem para duelar. Antes de duelar, Artur lhe dá uma carta caso ele morra. Eles brindam e se atiram. Artur leva o tiro. Johan pegas as cartas e as lê. Uma delas é um bilhete com um encontro, quando ele aparece, uma moça o toma pela mão e o leva para a cama. Ele a desflora. Quando está saindo, um homem o intercepta. Eles lutam, o homem morre, porém ele arrasta o outro até a luz e vê que este era seu irmão. Quando sobe as escadas de novo vê que a moça era sua irmã. Com desgosto ele termina a história e voltar a beber.
      Todos já estão dormindo. As histórias já foram contadas. Então aparece uma mulher no bar. Ela está vestida de preto e ao passar por Johan, o mata. Seu nome é Giorgia, e ela era a irmã de Johan. Ela acorda Arnold, que na verdade é um maribundo Artur, o mesmo da história de Johan. Eles tem uma conversa baseada em meias verdades, revelações, amor perdido. Durante um último beijo, um deles cai no chão e o outro também, só que morto. 
       Apesar de ter sido leitura obrigatória da aula, eu gostei bastante. Tanto da história quanto do tipo, que é aquele romance de mal do século... Acho incrível apenas a vida (ou falta dela) do autor, que morreu aos 20 anos, porém foi mais que o suficiente para marcar a literatura de nosso país.