quarta-feira, 2 de julho de 2014

Noite na Taverna

      Noite na Taverna foi um clássico escrito por Álvares de Azevedo que eu fui obrigada a ler por causa da aula de português, mas tudo bem, pois eu até terminei gostando do livro...
    Basicamente, o livro conta uma noite na taverna, os contos relatados pelos bêbados e no fim há uma pequena surpresinha. É utilizado a linguagem um pouco coloquial da época e é separado em capítulos que contam a história de 5 homens. Todas as histórias são ditas de terror ou macabras.

      O primeiro cara é Solfieri. Ele conta que uma vez em Roma, depois de uma caminhada de bêbado, ele encontrou uma linda mulher que ele seguiu até o cemitério, onde adormeceu e nunca mais a viu. Um ano depois ele voltou a Roma e de novo, depois de uma caminhada de bêbado, ele encontrou uma Igreja aberta e dentro um corpo, um cadáver. Esse corpo era a bela jovem que ele antes tinha visto.
     Num ato um tanto repugnante, ele começou a beijar a moça, que acordou, porém voltou a desmaiar. Ele sequestra o corpo e o leva para sua casa. A moça sobrevive entre febres e delírios durante dois dias, depois morre. Solfieri paga um escultor para fazer-lhe uma estátua da moça e depois enterra o corpo sob sua própria cama. Para provar aos seus camaradas, ele mostra uma grinalda de flores mirrada, que supostamente a moça usava.
     O próximo homem é Bertram, um ser insensível e que foi levado a perdição depois de conhecer uma certa mulher: Ângela. Ângela era espanhola e os dois eram apaixonados, porém a morte do pai de Bertram o levou de volta para suas terras, e ele só regressou 2 anos depois, mas encontrou Ângela casada e com filho. Porém o amor dos dois não tinha diminuído e continuaram com um caso, que o marido enfim acabou descobrindo. Numa noite que iam se encontrar, Ângela mostra que para ficar com o amor dela, Bertram, ela tinha matado seu marido e seu filho, e assim eles fogem pela Europa.
      Viveram felizes seus dias, porém de novo, mais uma vez Ângela foge e abandona Bertram, que agora já está viciado em jogos e bebidas, e segue nesse caminho de perdição após seu abandono. Conhece um família que o acolhe e logo a filha se apaixona por ele. Eles fogem. Ele se cansa dela e a vende para um pirata, que ela mata e depois a si mesma. Ele pensa em suicidar-se, mas é resgatado por um marinheiro e fica com o grupo de velejantes, onde conhece o comandante e sua mulher. 
      Depois de uma tempestade, ele, o comandante e sua mulher acabam ficando presos num bote e acabam tendo que se matar para conseguir alimento. Ele mantinha um caso com a mulher mas de nada adiantou. No fim sobrou apenas ele. Ele foi socorrido.
     Gennaro era pintor. Vivia com seu mestre e sua família. Acabou tendo um caso com a filha dele, a quem engravidou. Como ele não ia admitir a criança, a garota fez algo para matá-la ela mesma, mas acabou por deixá-la doente e pouco antes de morrer ela delirava e terminou por contar todos os segredos para seu pai.
     O pai ficou muitíssimo descontente e se trancou no quarto de sua filha. Durante esse tempo Gennaro começou um caso com a mulher de seu mestre. Depois de um tempo o mestre apareceu e o chamou para uma caminhada noturna, que acabou num penhasco, onde ele devia escolher: se jogar e morrer ou ser morto pelo mestre. Ele se jogou do penhasco, porém não morreu, acordou devastado e voltou para a casa de seu mestre, onde encontrou ele e sua mulher mortos já, por veneno.
     O quarto homem é Claudius Hermann. Ele era rico e um dia vê uma bela mulher passar. Descobre quem era ela e começa a meio que persegui-la. Faz ela dormir e depois dorme com ela. Até que um dia ela a captura e a leva para um hotel. Revela tudo e dá uma escolha a ela: voltar e ser malvista por seu noivo, ou ficar e ser feliz com ele. Ela acaba ficando com ele, porém seu noivo a encontra e a mata.
     O último homem, Johan, está em Paris, jogando contra um homem chamado Artur. Eles se desentendem e saem para duelar. Antes de duelar, Artur lhe dá uma carta caso ele morra. Eles brindam e se atiram. Artur leva o tiro. Johan pegas as cartas e as lê. Uma delas é um bilhete com um encontro, quando ele aparece, uma moça o toma pela mão e o leva para a cama. Ele a desflora. Quando está saindo, um homem o intercepta. Eles lutam, o homem morre, porém ele arrasta o outro até a luz e vê que este era seu irmão. Quando sobe as escadas de novo vê que a moça era sua irmã. Com desgosto ele termina a história e voltar a beber.
      Todos já estão dormindo. As histórias já foram contadas. Então aparece uma mulher no bar. Ela está vestida de preto e ao passar por Johan, o mata. Seu nome é Giorgia, e ela era a irmã de Johan. Ela acorda Arnold, que na verdade é um maribundo Artur, o mesmo da história de Johan. Eles tem uma conversa baseada em meias verdades, revelações, amor perdido. Durante um último beijo, um deles cai no chão e o outro também, só que morto. 
       Apesar de ter sido leitura obrigatória da aula, eu gostei bastante. Tanto da história quanto do tipo, que é aquele romance de mal do século... Acho incrível apenas a vida (ou falta dela) do autor, que morreu aos 20 anos, porém foi mais que o suficiente para marcar a literatura de nosso país.

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